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segunda-feira, 21 de junho de 2021

NO VIRAR DO MEIO DIA

 

Zumbia uma mamangava
num buraco do esteio
talvez fazendo um floreio
ou afinando a guitarra
quem sabe por ciúme ou farra
na hora do meio dia
abafar a melodia
estridente da cigarra

Meu cusco errava bocadas
numa mosca insistente
o cinamomo da frente
quieto não se balançava
a caturra lambançava
num idioma que é só dela
e na piscina de gamela
um leitão se refrescava

Este era o cenário
depois de deixar a mesa
onde até a natureza
cochilava naquela hora
hoje uma saudade aflora
vinda do fundo do peito
pedindo que eu dê um jeito
de ir pra sestear lá fora


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