A noite banhou-se em prata
depois que a lua surgiu
e da barranca do rio
furando a correnteza
uma linha firme presa
na mão dum peão tarimbeiro
sonda dali do pesqueiro
um frito pra sua mesa
Um rancho também banhou-se
naquela luz prateada
dentro dele a prenda amada
com medo de estar sozinha
reza pra sua santinha
pedindo a proteção
para ela e para o peão
e que o peixe puxe a linha
Mas o medo vale a pena
dependendo a situação
e neste caso há razão
quando algo se anuncia
a prenda com alegria
concorda que vá solito
pois de comer peixe frito
sente desejo há dias
Sentado sobre o lombilho
desarremanga a bombacha
da uma bicada na cachaça
pra espantar os mosquitos
e ao mirar o infinito
veio à mente sua prenda
de camisola de renda
tendo no ventre um piazito
Algumas luas ainda faltam
pra que a prenda dê a luz
e com a fé em Jesus
é esperado o herdeiro
que do pai será parceiro
lá aonde o peixe peleia
nas noites de lua cheia
no silêncio de um pesqueiro
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