Foto de Giancarlo M. de Moraes |
Aquela barba tordilha e comprida que se emenda com a melena do mesmo pelo, tem também por parceiro um bigode torcido, tisnado pela fumaça dos palheiros, que com o polegar e o indicador é torcido entre um mate e outro.
Quando piá, contemplava com admiração, até que o sono lhe pealasse, aqueles velhos, que hoje ele acha que não eram tão velhos, repontarem prosas pelos corredores de fumaça no galpão.
Nunca perguntou nada a ninguém, apenas observava. Na escolinha rural, também nada lhe foi ensinado sobre as lidas de administrar e comerciar. Claro que escrever, ler e aprender fazer contas, diziam que iria lhe servir para o resto da vida. E como de fato, até agora faz uso.
Algumas décadas lhe separam daquele tempo em que gastou cavalos, estradas, botas e sovou arreios nas andanças da vida, bem como “recuerdos” d’algum aconchego nas chitas de certas chinas.
Não fez parte diretamente das revoluções, mas nunca deixou de atar seu lenço conforme sua identidade política hereditária.
Sua voz, já cansada, hoje é ouvida com muito respeito dentro do mesmo galpão, ao pé do fogo que continua aquecendo o anseio de quem lhe escuta.
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