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terça-feira, 29 de maio de 2012

...DO PESQUEIRO

                                     Foto de Giancarlo M. de Moraes


Voltei ao mesmo açude,
do primeiro lambari
e liberei o guri,
que ainda trago em mim
e com braçadas sem fim,
conversava com a água,
especulando da tábua,
meu modesto trampolim.

Afastei as gramas d’água,
pra reabrir o pesqueiro
e na palma de um coqueiro,
me sentei todo molhado,
relembrando o passado,
daquelas tardes veraneiras,
esperando que a boieira,
me repontasse o ensopado.

O sol sumiu despacito,
lá no confim da planura,
busquei o frasco da pura,
pra enfrentar os mosquitos,
veio a noite com seus mitos,
que o guri tinha medo
e ia embora mais cedo,
quando pescava solito.

Passei horas na chuleada,
de fisgar o peixe dos sonhos,
porém retornei tristonho,
como nunca aconteceu,
o guri se recolheu,
novamente para dentro,
triste e saudoso dos tempos,
que o açude era só seu.




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