Hoje acordei com saudade
daquela morada antigaque foi parte da minha vida
quando guri de campanha
onde minha primeira manha
num setembro veio ao mundo
eco de um fruto fecundo
gerado em santa entranha
Lembrei tudo como era
naquele tempo de antanhoda lagoa e do banho
da criação no terreiro
capão de mato no potreiro
onde o gado se abrigava
do vento frio e da geada
e dias de aguaceiro
com algum sarrafo quebrado
do arvoredo fechado
florescendo as laranjeiras
dos pessegueiros e figueiras
que os periquitos esganados
eu levava num cortado
bodoqueando a tarde inteira
Do velho forno de barro
e o cocho de corticeira
da minha mini mangueira
com o gado de sabugo
da pipa com um tarugo
que lacrimava inconsciente
a água lá da vertente
que se usava pra tudo
Dos pinheiros macanudos
que trepar não conseguinos ninhos de bem-te-vi
e das caturras em festa
que perturbavam a sesta
num alarido danado
e do galpãozinho ladeado
cheio de furos e frestas
Lembrei até da cuscada
e os gatos da minha mana
da peticinha ruana
faceira no partidor
de um garnisé peleador
que rinhava com um polaco
mostrando ter fé no taco
quando entrava no tambor
Saudoso cevei o mate
com um aperto no peito
mas me senti satisfeito
como quem venceu na vida
e a minh’alma enternecida
agradece a toda hora
por ter vivido lá fora
naquela morada antiga
Maravilhoso.......que saudade fiquei da minha morada antiga.......a minha com lindas praias desertas,com cheiro do mar,de vida.....Parabéns!
ResponderExcluirMárcia Regina
Sempre temos boas recordações da morada antiga. Obrigado pela visita. Um grande abraço!
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