Homem buenacho era ele,
o compadre do meu pai,
sério, honesto e franco.
Chapéu preto bem quebrado,
com o barbicacho
debruçado,
nas franjas de um lenço
branco.
Andava sempre faceiro,
nunca se viu ele triste,
“mui” brincalhão e
disposto.
Pacholeava com a peonada,
risada forte e rasgada,
naquelas covas do rosto.
Eu ficava adimirado,
com aquele jeito campeiro,
que o meu padrinho tinha.
Lembro quando
churrasqueava,
o seu bigode dançava,
se bordando de farinha.
Um dia acordei cedo,
sem entender o que havia,
com o pessoal num alarido.
Procuravam me esconder,
também não queriam dizer,
que ele tinha morrido.
Mais tarde então me
levaram
e me lembro que eu tremia,
quando passei no galpão
e chegando lá na sala,
vi ele enrolado no pala,
até que viesse o caixão.
Me debrucei sobre a mesa
e com a cabeça no seu
braço,
o choro então me venceu.
Fiquei ali bem quietinho
e senti que meu padrinho,
num abração me envolveu.
Me queria muito bem
e me dava bons conselhos,
no seu linguajar bem
xucro.
Senti muito a falta dele
e se me parecer com ele,
pra mim já é um baita
lucro!
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