Na melancolia da tarde,
no confim deste meu pampa,
o voo da garça branca,
leva alma do peão,
que mateia num ranchito,
sorvendo devagarito,
as ânsias do coração.
Um sabiá quebra o
silêncio,
num melodioso trinado,
o cusco chega molhado
e se rola pelo chão,
o sol fraqueia a torreira
e a estrela boieira
acende o seu lampião.
Fim de mate enxágua a
cuia,
corta lenha, enche a talha
e uma cachopa de palha,
incendeia num clarão,
acende o fogo pra xepa,
chaleira e panela preta,
se emparceiram no fogão.
A noite vem de mansinho
e a saudade pede vaza,
uma canção cria asas,
nas cordas de um violão,
amanhã vem novo dia
e aquela garça esguia,
volta com a alma do peão.
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