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quarta-feira, 20 de maio de 2020

AGUACEIRO

Foto de Eron Olivera da Silveira




Bateu água a noite inteira,
porém não foi temporal,
a várzea virou um espelho
e “remangado” até o joelho,
repontei “ozanimal”.

O aguaceiro da chuva,
escabelou o capinzal,
e branqueiam os guardanapos,
da tecelagem dos sapos,
da noite matrimonial.

Ainda uma chuvita mansa,
tamborilava o chapéu
e longe via-se um filete,
das aves que vinham pra o banquete,
se despencando do céu.

As nuvens pálidas e ralas,
já com o “ubre” vazio,
seguem destino com o vento,
que cansado tranqueia lento,
fraquejando o assobio.



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