um
violão e um pandeiro
um
macanudo “candieiro”
na
sala cinco por quatro
que
emoldurava o retrato
de
um surungo fronteiro
A
lua espiava tudo
pelas
frestas da parede
as
chinas tal como redes
balançavam
as tranças longas
e
entre chamamés e milongas
os
xirus matavam a “sede”
Madrugada
um “PAAARA A GAITA”
ecoou
do mestre-sala
e
um trinta guspindo bala
espatifou
o “candieiro”
calou-se
o violão e o pandeiro
e
foi um gritedo na sala
O
mulherio se foi ao quarto
num
desespero alucinante
clamavam
a todo instante
por
Jesus e Nossa Senhora
os
machos romperam pra fora
levando
tudo por diante
No
lusco-fusco da lua
o
rolo não dava trégua
e
o arsenal da macega
ia
suprindo a indiada
que
gritava em patacoada
-
quem é macho não se entrega -
Já
não se ouvia mais tiro
só
tinido de “daga” e facão
reboliço
e confusão
lá
pelo meio do campo
e
alguns tronchos e outros mancos
se
“reborqueavam” no chão
A
lua foi se escondendo
espiando
o entrevero
se
desgarraram os parceiros
e
se espalharam as chinas
porque
peleia é a sina
destes
surungos fronteiros
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