Um
vizinho que viera morar na redondeza, tinha umas filhas muito bonitas e
dançadeiras. Quando entravam no salão, nas noites de baile, entravam sempre
juntas e cada qual mais chamativa.
A rapaziada ficava de orelha em pé, na
disputa pra dançar com elas, porém tinha um detalhe: elas se esquivavam quando
o par não era do agrado e davam uma desculpa e entravam temporariamente para
dentro do quarto das moças.
Aquilo foi se tornando comentado entre
os moços e um deles, boa gente, dançador desengonçado e feio, de outra feita já
havia levado um “não” de uma delas.
Certa noite, quando íamos para o baile,
ele estava junto e jurou que dançaria com uma delas, custasse o que custasse.
Nós aconselhamos de que não fosse arrumar encrenca, pois tanto ele como elas
eram de famílias tradicionais da região. Ele só disse:
- Deixa comigo!
Iniciou o baile sem a presença delas,
porque era de costume sempre chegarem mais tarde. O feioso já tinha pago
entrada e estava perto da porta do quarto das moças, como quem não queria nada.
A música animada, os pares dançando e
de repente entraram as três e foram pelo costado da pista direto ao quarto onde
o feioso estava de plantão.
Quando a primeira das bonitonas passou
por ele, segurou no braço dela convidando pra dançar. Como sempre, ela arrumou
uma desculpa de que tinham vindo de reboque e estava toda empoeirada e com
cheiro de terra. O feioso arrastou ela para a pista de dança e disse:
- VAI COM TERRA E TUDO, realizando assim sua promessa e piscando o olho quando passava por nós.
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