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sábado, 13 de junho de 2020

POR VEZES ATÉ SE CHORA




No mato a gente se pelava,
pra na sanga tomar banho,
não tinha nada de estranho
pra gurizada de fora,
nadava-se por mais de hora,
aproveitando o mormaço,
dando coice e manotaço
como bagual na espora.

Num lugarzito mais fundo,
onde a água era bem limpa,
subia-se lá nas grimpas
do angico pra um mergulho,
no poço do pedregulho,
a gente se divertia,
quando lá embaixo se ouvia,
das “borbolhas” o barulho.

Uns se atiravam de bico,
outros saltavam de pé
quem não ia era “muié”,
chamavam Chica pelanca,
enferruscavam a carranca,
corriam pra pegar a gente,
balançando o da frente
e relampeando a bunda branca.

São recuerdos da infância,
que nos levam lá pra fora,
por vezes até se chora,
num misto alegre/triste,
em nosso íntimo existem
estas saudosas histórias,
que nos brotam da memória,
quando a saudade persiste!

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