Aproveitando o vidro
quando terminou o xarope
não ficou um holofote
meu lampião à "querosena"
mas sua chama pequena
o meu rancho ilumina
e os olhos da minha china
brilham na face morena
Um pavio de algodão
se esconde dentro do vidro
mergulhado retorcido
que da evolução fugiu
relíquia do meu feitio
com uma tampa de garrafa
curtida a fogo e fumaça
meu campeiro luzidio
No centro da minha mesa
ou na cabeceira da cama
tua oscilante chama
vai peleando com o escuro
se às vezes eu te seguro
e na palma da mão te escondo
é pra me livrar de tombo
quando de noite me apuro
Pouco mais que o lusco-fusco
te acendo meu candieiro
que me serve de isqueiro
para fumacear o pito
no meu colo um piazito
sopra contra a tua chama
e a china ajeita a cama
com meu lençol favorito
A noite boleia a perna
trazendo sonhos e sono
e vem ocupar teu trono
a lua cheia prateada
e da tua chama apagada
da fumaça vem o cheiro
me relembrando candieiro
dos bailes na madrugada
Tu és a luz do meu rancho
rústico abajur campeiro
a tua chama candieiro
é o reflexo da boieira
das estrelas a primeira
que pra noite abre o caminho
te faz garantir sozinho
sobre a minha cabeceira
Se eu me mudar pra o povo
te farei uma homenagem
vou te levar na bagagem
pra de ti não ter saudade
e pra que tua claridade
esteja sempre comigo
pois quero estar prevenido
se faltar luz na cidade
Belo trabalho. E a realidade da tua literatura
ResponderExcluirCampeira. Abraço
Obrigado. Abraço e volte sempre!
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