A talha com sede
barriga vazia
o velho mulato
sentado dormia
No cocho o porco
esfregava a pança
na gaiola a caturra
fazia lambança
Em riba do forno
o galo cantava
atenta no ninho
a galinha chocava
A pombinha catava
a boia do dia
o gato na espreita
o rabo torcia
Na sombra estirado
o cusco pitoco
o velho machado
cravado num toco
O fogo no cisco
fazia fumaça
que o vento levava
num frete de graça
Descansava a carreta
sob o cinamomo
os bois ruminavam
com jeito de sono
Se rolando o cavalo
coçava o lombo
o canário amarelo
apropiava o porongo
Nos banhos de sanga
a turma pelada
ninguém se queixava
da água gelada
No chiqueiro a porcada
com sede "grunia"
o velho mulato
sentado dormia
Recuerdos da infância
de um piazito sagaz
envoltos em saudade
que um chasque me traz
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