Quase meio ano sem chuva
nem sinal de uma neblina
até a velha cacimba
também fez racionamento
com o sol e a sede do vento
o banhadinho se foi
deixando o rastro do boi
qual uma fôrma de cimento
A lavoura esborrachada
mais pra lá do que pra cá
tristeza igual não há
do patrão e do peão
dela depende o pão
na mesa de cada um
é o sofrimento comum
sem avaliar posição
Porém os velhos coqueiros
magrelos e escabelados
pelo vento desconfortados
mantinham sua altivez
o jacaré por sua vez
na lei da sobrevivência
cambiou pra outra querência
fugindo da escacez
As garças alçaram voo
"braceando" contra o vento
e um gavião mais que atento
patrulhava com o olhar
um corvo a revoar
tenteava algum bicho morto
e no capão o desconforto
do gado a se mutucar
Foi dura a tal peleia
tudo ficou arrasado
um cenário desolado
com a seca avassaladora
enfim a chuva confortadora
veio pra matar a sede
trazendo de volta o verde
e a salvação pra lavoura
Muito boa esta poesia parceiro.
ResponderExcluirRetratando a verdadeira situação do nosso pago, devido a seca vivida, no campo e na cidade
Parabénseum forte abraço.
Obrigado. Volte sempre!
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