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domingo, 19 de maio de 2013

CAMBONA



Velha cambona de lata
tisnada pela fumaça
recostada nos tições
neste pago Riograndino
teu chiado é como um hino
ecoando nos galpões

Além do fogo-de-chão
te levo para o fogão
barreado ao modo campeiro
e espero tua fervura
pra chapoeirada que cura
ou pra um arroz carreteiro

Na minha cozinha campeira
te comparo com a chaleira
da cozinha da minha china
aqui com água do açude
na tua alça uma mão rude
lá água limpa e mão fina

Fazes parte há muitos anos
dos avios dos campechanos
em acampamentos ou galpões
por isto tu me emociona
ao te ver velha cambona
chiando entre os tições

É o sangue hereditário
do meu Rio Grande legendário
que corre dentro de mim
e no fogo do coração
te recosto num tição
até que chegue meu fim

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