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terça-feira, 10 de abril de 2012

DAS PERDIDAS

"Cousa" linda numa peleia,
um vivente que floreia,
uma adaga ou um facão.
Calça o pé e não recua
e mesmo "tando" na pua,
às vezes troca de mão.

Pois foi um vivente assim,
que achou de bater o meu brim,
numa ramada de bolicho,
mesmo sem achar motivo,
o homem cismou comigo
e saiu no meu rabicho.

Eu não sabia o porquê.
só ouvi ele dizer:
aqui sou galo de rinha!
E bufando como um touro,
de pronto me deu um estouro,
envergando minha espinha.

Tentei procurar espaço,
pra me escapar dum pontaço,
mas o golpoe foi de perto,
não consegui sair fora,
caí enroscando a espora,
ficando a descoberto.

Um arranhão na orelha,
um risco na sobrancelha
e um pegão no nariz.
A "cousa" ficou mais séria,
dum beliscão na "altéria"
que esguichou um chafariz.

Debaixo do tempo feio,
eu me trompei com um esteio,
testavilhei, fui ao chão,
levei um coice nos bagos,
que vi o céu estrelado,
numa manhã de cerração.

Eu já estava balofo,
me tiraram até o mofo,
da peiteira ao rabicho
e quase já sem sentido,
me escapei de ter morrido,
chegaram "os deixa disso".

Foi bem assim meus senhores,
ainda hoje sinto dores,
quase me furaram o bucho.
Apanhei sem dever nada
e nos bolichos com ramada,
passa longe este gaúcho!

Não é que eu tenha medo,
pois dá pra contar nos dedos,
as rusgas que me dei mal.
Sempre que posso, evito,
pois não nasci, acredito,
pra um dia ser morto a pau!

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