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terça-feira, 10 de abril de 2012

RELÍQUIAS EM QUATRO PATAS

Chegou cedito na estância,
o melenudo abugrado,
pilcha simples, bem montado,
cabresteando um baio ruano,
no costado de um mouro.
Dois cavalos de estouro,
doma daquele paisano.

- Oh de casa! Buenos dias,
com “permisso” capataz!
- Boleie a perna no más,
te aprochega pra o galpão!
O patrão já vem chegando,
vai com a peonada proseando,
que tá bueno o chimarrão.

Fazia um ano e pico,
que tinha levado os potros,
um mais lindo que o outro,
raça, sangue e procedência.
Relíquias em quatro patas,
pingos de pelear de faca,
que voltavam pra querência.

Na estância encilhou os dois,
por dez dias o melenudo,
pra provar que os cuiudos,
eram de toda a confiança.
Cavalos buenos de arreio,
pra se debochar nos rodeios,
o patrãozito da estância.

- Entrego a doma patrão
e volto pra donde vim,
esta foi especial pra mim,
sinceramente lhe falo:
domo já faz alguns anos,
mas este mouro e o ruano,
são muito mais que cavalos!

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