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sexta-feira, 13 de abril de 2012

ÚLTIMO MATE

A pedido do patrão, a lida tinha que ser findada ainda naquele dia.

Chegou em casa, já estava escuro. Desencilhou e antes da boia ainda cevou o amargo.

Sentou-se a frente do rancho num banquinho de três pernas, reclinando contra a parede para escorar as costas. Encheu o mate e começou a contemplar a noite escura como ele e as longínquas estrelas. O pensamento foi lhe levando cada vez mais próximo delas. Sentia a existência de um Patrão Maior que lá da sede daquela imensa fazenda controlava toda a peonada espalhada pelas invernadas terrenas.

Viu-se sentado no alpendre dela, chimarreando, a contemplar as léguas e léguas de sesmarias, como sempre sonhou fazer um dia que fosse patrão.

Quando amanheceu, foi encontrado morto recostado na parede, ainda com a cuia na mão.

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