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Foto de Giancarlo M. de Moraes |
O sol tímido deu buenas
e arrastou o chinelo,
naquele chão amarelo,
de folhas de cinamomo,
em mais uma manhã de outono,
repontando a aragem fria,
acordando um novo dia,
que ainda estava com sono.
As árvores guardam o sereno,
nos galhos magros e esguios,
o vento num assobio,
chega pedindo passagem,
despencando a ramagem,
que sombreava no verão
e aparta a cerração,
que embaçava a paisagem.
O gado manso deitado,
baforando pelas ventas,
rumina em bocadas lentas,
parecendo-se alheio,
o bem-te-vi entre os gorjeios,
dá um traquejo no terno,
prevenindo-se para o inverno,
que “já’stá” mascando o freio.
As lavouras já colhidas,
deram lugar às pastagens,
modificando a roupagem,
das várzeas e das coxilhas
e já nas últimas encilhas,
antes do frio e das chuvas,
cambaleiam as saúvas,
com o sustento pra família.
Assim vai mais um outono,
o meu pago desenhando
e o friozito chegando,
trocando a cor do capim
e saudoso de onde vim,
mateio e me arrincono,
numa paisagem de outono,
pintada dentro de mim.
Já estava com saudades dos teus comentários em forma de poesia. !!
ResponderExcluirObrigado. Volte sempre!
ExcluirObrigado. Volte sempre!
ResponderExcluirBaita poema, Don Deroci!
ResponderExcluirObrigado pela visita. Volte sempre!
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