De tardezita, o peão recostou-se no parapeito, tapeou o chapéu, puxou uma palha do bolso, colocou atrás da orelha, pegou um naco de fumo e com uma “xerenga” daquelas de aparar a barba, foi cortando com capricho o jorgina e juntando na palma da mão.
Desfiou bem, buscou a palha atrás da orelha, “recheou”, foi enrolando e antes de fechar, passou a língua ao comprido da palha, fechou, fez uma pequena dobra numa ponta, colocou a outra na boca, prendeu fogo e começou a pitar.
"Bombeava” pensativo o horizonte à sua frente, nem se detendo nas silhuetas do gado, dos cavalos, das ovelhas e dos capões de mato que melancolicamente espichavam a sombra com o entrar do sol. Um cusco veio pra perto dele festejando. Cheirou sua canela e deitou-se, quase fazendo o pé de travesseiro, o que também não foi notado.
A fumaça do palheiro subia afilada naquela tarde calma, como que levando um sonho daquele moço absorto.
Quando os mosquitos chegaram, se tapeou um pouco, fez um agrado no cusco e ouviu um chamado carinhoso de que o mate estava pronto.
Tirou o chapéu, elevou seu pensamento ao Patrão Celeste e agradeceu por ter saúde, um rancho, uma china e entrou para matear com ela!
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