na concha da minha mão
pra cevar um chimarrão
com uma erva especial
neste diário ritual
de água, bomba e cambona
a minh'alma se arrincona
neste Rio Grande bagual
Um mate nos mata a sede
mata também a saudade
reforça a amizade
numa roda galponeira
e a cuia velha parceira
das tardes e madrugadas
passeia por entre a indiada
prenda morena faceira
Te adoças para as prendas
pra ficar igual a elas
e o beijo dos lábios delas
que a bomba te repassa
tem a ternura e a graça
da nossa mulher pampeana
que no mate se irmana
na miscigenação de raças
Rude bebida gostosa
templada por jesuítas
seiva pura e bendita
adotada neste pago
é por isto que te trago
emponchada nos avios
nos dias quentes ou frios
nas lidas e nos afagos
No teu roncar anuncias
que estás chegando ao fim
entendo como um convite
de outro mate pra mim
No teu roncar anuncias
que estás chegando ao fim
entendo como um convite
de outro mate pra mim
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