a aspereza dos anos,
que judiou um veterano,
da nossa força farrapa.
Foram mãos ágeis e guapas,
no mosquete, rédeas e lanças.
Mãos que acabaram lambanças,
floreando adagas e facas!
Mãos que não tiveram tempo,
de fazer coisas pra si.
Não foram mãos de guri,
como os filhos de nobres.
Mãos que changueando os cobres,
com honestidade e respeito,
nunca deram o direito,
de alguém pisar por ser pobres!
Mãos que apertaram outras,
quando em tempos de paz.
Mãos que um dia um rapaz,
acariciou sua amada.
Mãos rudes e abençoadas,
tirando da terra o pão
e se unindo em oração,
junto à cruz da estrada!
São estas mãos calejadas
pelos percalços da vida,
que hoje ainda estendidas,
trazem pra o colo os netos.
Mãos que deram afeto
e o sustento pra piazada
e estas mãos enrugadas,
muito nos diz com seus gestos!
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