Sabe-se lá quantas noites,
o sono lhe foi gavião,
por causa dos pensamentos
naquela prenda lindaça,
que era filha do patrão.
Guardava dentro de si,
aquele amor proibido,
que lhe veio sem querer,
pra judiar um coração
pego desprevenido.
Tinha lá seus devaneios,
seus sonhos, suas fantasias,
porém sem ter esperança
e em mais uma noite sem sono,
resolveu ir-se “à la cria”!
Encilhou seu pingo baio,
cedito no pára-peito,
decidido a não voltar,
para um fim dar na paixão,
arrinconada em seu peito.
Redemoinhou entre as casas,
bateu forte a cancela,
baixou o chapéu e seguiu,
oitavando o corpo no arreio,
quem sabe ainda visse ela.
Além do cavalo,
poucos pertences levou.
No bolso nenhum retrato,
muito menos um bilhete,
da paixão que lhe judiou!
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