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quinta-feira, 12 de abril de 2012

ENTRE POUSOS E SESTEADAS

Oigalê que frio danado,
nestes tempos de agosto.
Garoa molhando o rosto,
cai trançada lá do céu.
No dia que vai cinzento,
ouço o assobio do vento,
na aba do meu chapéu.

Entrincheirado no poncho,

com o frio não me abalo.
Na guaiaca dou um pealo,
para chegar no bolicho,
vou recompletar a guampa,
dar um calor pra garganta,
sem me entregar para o vício.

‘Tenho no sol um parceiro,
clareando o meu caminho.
Tenho a lua e as estrelas,
prendas que me dão carinho'!

Há tempos que carreteio,

são longas estas jornadas,
entre pousos e sesteadas
pois herdei este destino.
Nesta lida sem fronteiras,
tenho a estrada por bandeira
e o Minuano como hino!

De estâncias em estâncias,
faço as minhas pousadas,
prosseguindo em madrugadas
esta sina de peão.
E se na vida nada é eterno,
quem sabe ao passar invernos,
me veja um dia patrão!

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